Sidekick

Co-op, para mim, ainda mais que o online, é expoente máximo da experiência virtual num videojogo, o clímax que faz com que ao lado de um amigo ou desconhecido nós escrevamos páginas que às vezes nunca nos sairão da memória para o resto da vida.

Apesar de, para mim, a história ser o mais importante em qualquer jogo, e o facto de que os jogos que mais me marcam são aqueles que me fazem rir, chorar, ou sentir algum tipo de emoção e envolvimento com as personagens, um multiplayer (preferencialmente co-op) é capaz de me levar as nuvens.
Quem é que alguma vez esquecerá aquele episódio durante um jogo de PES com amigos, ou "friendly fire" durante uma sessão de Streets of Rage ?

Eu nunca esquecerei Lord of The rings Two Towers com o Dwight, PES com o Dwight e o Nuno, etc.


Mas existem jogos onde apenas temos uma experiência single-player, e o próprio jogo nos dará um Sidekick. Antigamente, estas personagens eram meramente decorativas, e não nos ajudavam de forma alguma (muitas vezes até atrapalhavam). Serviam também para criar um ambiente pseudo-imersivo (quem não se lembra dos nossos "pelotões" nos primeiros Medal of Honor).
Com o avançar da tecnologia, estes compinchas têm adquirido cada vez mais inteligência, ao ponto de não serem uma escolha mas sim parte da experiência single-player(como a Shiva do Resident Evil 5, que até para tornar tudo mais real, foi modelada a partir de uma pessoa).





O director de jogo justificou "Para conseguir terminar o jogo em Hard é preciso alguém com um pulmão do Caralh..."



E nesse campo, poderíamos nomear vários exemplos, mas gostaria de falar do Fawkes do Fallout 3. Esta personagem não é introduzida no início do jogo, muito menos é uma peça basilar da história. Nem sequer é obrigatório ajudá-la, e como quase tudo neste jogo, cabe ao jogador decidir o que fazer com um determinado problema.
Neste caso, a opção seria ajudar um ser de uma raça que é nossa inimiga, estando ele preso numa cela desde o seu nascimento, e sem podermos ter a certeza de que ele cumpriria a sua palavra de que não nos atacaria (afinal de contas, não passa de um Super Mutant (Fogo agora parecia mesmo um nerd a falar(ahahah parentesis dentro de parentesis.. parece fácil)).
Mesmo não me parecendo a decisão mais óbvia, decidi ajudá-lo. Como recompensa, ganhei um sidekick que, a menos que eu o mande seguir a sua vida, me ajudará em todas as Quests que eu decida executar durante o jogo. Para alguém como eu que gosta de Co-op, foi uma dádiva, ainda para mais num mundo extenso como o de Fallout 3, é sempre bom sentir que nunca estamos sozinhos.
Além disso, gostei da mensagem transmitida com a opção tomada, pois ao ajudarmos um ser de uma raça que temos de aniquilar durante todo o jogo, foi como que o acenar de uma bandeira da paz, à qual o Fawkes nos agradece com o seu empenho e dedicação. Todos os humanos passaram a respeitar o Fawkes e ele pode viver sem ser atacado pelos humanos.
É quase como se eu pudesse tirar da prisão alguém que fosse do FCPorto, só que neste caso eu até fazia, apenas não sou capaz.
Um pouco mais a sério, penso que muitas pessoas poderiam tirar daqui uma lição, pois às vezes bastaria dar a mão em vez de só dar um dedo, o do meio ou o indicador.

Todo o jogo transmite uma mensagem de alerta, sobre até onde o avanço tecnológico nos poderá levar, tanto para o bem como para o mal.
Outro ponto focado no jogo é o facto de o ser humano não ter bem definidas as barreiras sobre até onde vai a inexistência de vida em humanóides, num estado onde a inteligência artificial estaria tão avançada que eles próprios "simulariam" sentimentos, vontades e opiniões. Mas isso é assunto para outro Post.


Para terminar, queria deixar aqui a minha homenagem ao Fawkes, pois torna esta longa jornada mais calorosa, menos solitária, e muito mais fácil pois ele tem uma grande Minigun e pode carregar montes de itens por mim (Desculpa Fawkes :$).

Obrigado Fofo!